Que a Liga
Futsal é um dos maiores campeonatos da modalidade no planeta, quase todo mundo
já sabe. Porém, um dos assuntos que também sempre estão relacionados ao futsal
dizem respeito a pouca visibilidade que o esporte tem no Brasil.
Muitas vezes, a falta de apoio à
modalidade e a estrutura precária de muitos times são empecilhos para o
desenvolvimento do futsal. Ao ser lembrado do fato de que a próxima edição do
Intercontinental será realizada nos Estados Unidos, país com pouca tradição no
esporte, Vinicius, da Intelli/Orlândia, frisa que divulgar o futsal fora do
país sempre é importante, mas que a prioridade é corrigir os erros no Brasil.
“São muitos problemas, falta muita coisa
ainda para a gente. Acredito que o primeiro passo seria estruturar aqui dentro
para depois procurar sair”, analisa. “A gente não tem um calendário coerente,
são muitos jogos seguidos. Tem equipes que jogam dois jogos em 24 horas.
Existem campeonatos nos quais se joga todo dia, além de problemas de quadra, algumas
nas quais não há condições de se jogar um futsal adequado, bolas ruins. É uma
série de coisas. A gente está muito atrás ainda”, critica o ala, bicampeão da
Copa do Mundo de futsal com a camisa da Seleção Brasileira.
Considerado um dos maiores jogadores da
história do esporte, Falcão tem outra visão sobre a divulgação do futsal. Para
ele, os números da modalidade no país são positivos, porém a Confederação
Brasileira de Futsal (CBFS) peca na missão de “vender” o seu esporte.
“No Brasil a gente tem números do futsal
absurdos, mas que não são vendidos. Eu acho que a nossa confederação, lá em
cima, tem que focar um pouquinho mais no esporte. Vou te falar números rápidos
aqui: o vôlei tem uma liga com dez equipes, enquanto nós temos uma liga com 19
para 20. O vôlei tem uma liga paulista com seis ou oito equipes e um nível
totalmente diferente da (equipe) top para a última. Já nós temos um campeonato
paulista de 19 equipes, uma série prata de 19 equipes. Então nós temos muita
força, mas não é vendido lá em cima”, destacou o camisa 12 do Orlândia. “Acho
que a confederação vê o marketing como um custo e não como um investimento. E
quando você vê o NBB (Novo Basquete Brasil), o basquete, que deu um ‘boom’ por
causa de organização, por vender o esporte. O vôlei se mantém porque, lá em
cima, eles pensam em vender o esporte. E, na nossa modalidade, a liga é
organizada, é um sucesso, os clubes são um sucesso, só que, lá em cima, o
esporte é mal vendido”, continuou.
Um dos pontos centrais da discussão
também passa pela falta de outros ídolos. O próprio Falcão não esconde que ele
atrai mais atenção até do que o próprio futsal: “Para mim é muito bom. Você ter
mais de 70% do esporte, da mídia em um jogador, é muita diferença. Para mim é
ótimo, mas para o esporte não. Então a gente espera realmente que o esporte
crie novos ídolos . Eu poderia ficar quietinho no meu canto: ‘não, para mim
está bom’. Mas não, eu penso no esporte. Daqui a dois, três anos eu quero parar
de jogar e tem que ter isso com mais atletas. Direcionado muito para um atleta
é complicado”.
Já Simi, do Corinthians, observa que a
divulgação do futsal pela televisão é muito importante e também fala sobre a
necessidade da chegada de novos grandes nomes para o esporte.
“A nossa modalidade vem lutando para que
o esporte cresça cada vez mais. Agora, há a procura de novos ídolos. Se você
analisar, a nossa geração está ficando velha e o futsal precisa manter essa
hegemonia que tem. Então, o apoio das emissoras é muito importante”, observa.
“O futsal, em termos de visibilidade, se você for analisar os pontos de
audiência da TV nesta noite (no jogo Corinthians x Orlândia), acho que foram
altíssimos. Eu acredito que as pessoas precisam levar um pouco mais a sério o
nosso esporte porque, se isso acontecer, pode ter certeza que vai ser o segundo
em preferência no nosso país”, finaliza o pivô.
Para Falcão, a falta de novos ídolos no futsal é prejudicial para o esporte

Nenhum comentário:
Postar um comentário