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Foi na base do sufoco, do nervosismo e do suspense até os últimos segundos, mas o Brasil conquistou neste sábado o pentacampeonato da Copa do Mundo de Futsal da FIFA. Na final entre as duas maiores potências do esporte, a Seleção saiu na frente, levou a virada e só conquistou o título com um gol no final da prorrogação. Faltando exatos 19 segundos para o término, Neto apareceu para soltar a bomba e fez 3 a 2, coroando sua grande participação na Tailândia 2012 com o gol decisivo.
O jogador, aliás, seria duplamente corado mais tarde, já que foi premiado com a Bola de Ouro adidas do evento. Ele também dava a volta por cima após ficar marcado pelo pênalti perdido na semifinal de 2004 contra o mesmo rival. O Brasil ainda teve participação importante de Falcão, que marcou o gol do 2 a 2 a quatro minutos do fim do tempo regulamentar, sendo outro a coroar um torneio mágico, marcado por uma lesão, pela paralisia facial e por gols decisivos.
Foi a quarta decisão entre os dois países, e o Brasil tem agora vantagem de 3 a 1 (se deu melhor em 1996, 2008 e 2012 e perdeu a de 2004). O placar de 2 a 2 no tempo normal, aliás, havia sido o mesmo de 2008, mas, ao contrário daquela decisão, que terminou nos pênaltis, este foi decidido com a bola rolando. Para a Espanha, que buscava o tri, a derrota é a segunda seguida nos detalhes.
A conquista emocionante teve momentos dramáticos para o Brasil. Além da própria decisão, na qual a Seleção foi dominada no primeiro tempo e escapou da derrota no fim, antes, nas quartas de final, se recuperou de maneira incrível quando perdia por 2 a 0 para a Argentina, quando Falcão apareceu para resolver. Na semi, no jogo duro com a Colômbia, foi a vez de gabriel aparecer.
Equilíbrio acima de tudo
Na final, não dava para ser diferente: com dois gigantes frente a frente, o equilíbrio foi enorme. Em um primeiro momento, as duas seleções se estudaram e evitaram saídas mais agudas. Com cinco minutos, porém, a Espanha passou a dominar e teve uma incrível chance de marcar com Lozano, que superou Tiago, mas Vinícius tirou em cima da linha.
A Espanha passou a tomar conta do jogo e criava boas chances, principalmente com Fernandão no pivô, girando e assustando ao menos em duas ocasiões. Foi somente depois do primeiro tempo pedido pelo técnico Marcos Sorato que a Seleção melhorou e se soltou, mesmo que chutasse pouco e seguisse sem acertar a meta de Juanjo. No último lance de perigo, em falta para os europeus, Fernandão desviou de calcanhar dentro da área, e a bola passou raspando.
A falta de contundência na frente fez Sorato voltar para o segundo tempo com Falcão. O camisa 12, melhor jogador dos Mundiais de 2004 e 2008, começou devagar, mas logo fez o time ganhar confiança. Criando boas jogadas, a Seleção apareceu bem pela primeira vez com Rafael Rato chutando cruzado e, pouco depois, abriu o placar em chute cruzado de Neto, logo após cobrança de escanteio.
Aproveitando um raro momento de descontrole do rival, o Brasil ainda quase chegou ao segundo com Simi, mas a Espanha guardava o melhor para os dez minutos finais. Usando a mesma arma brasileira, a Fúria empatou e virou em duas bolas paradas. Primeira, em uma cobrança de falta que Tiago defendeu, mas Torras pegou o rebote. Um minuto depois, em um lateral simples, Aicardo disparou, a bola desviou e matou o goleiro.
Sufoco e gols no fim
Com 2 a 1 no placar, o Brasil foi para cima, mas a Espanha teve outras chances incríveis de abrir vantagem, a maior delas em falta que Torras mandou na trave. Com pouco mais de quatro minutos para o fim do tempo regulamentar, Sorato mandou o goleiro-linha Rodrigo para o jogo, assim como Falcão, que havia retornado ao banco. E foi o astro que decidiu, logo na primeira ação ofensiva com Rodrigo em quadra: após boa troca de passe, ele soltou o pé e acertou o ângulo de Juanjo.
Com o empate, o Brasil voltou com Tiago e o jogo seguiu nervoso até o fim, terminando com o mesmo placar da final de quatro anos atrás. A prorrogação, no entanto, foi diferente. Com muito nervosismo, as duas equipes se preocupavam mais em não falhar, mas o Brasil cresceu de produção na hora certa. No fim da segunda etapa, veio a primeira chance de definir em um tiro livre após a sexta falta espanhola, mas Rodrigo, que entrou só para isso, parou em Juanjo.
O tempo caminhava para o fim e as duas equipes já se preparavam para nova decisão de pênaltis, mas foi então que apareceu Neto. A 19 segundos do fim, ele recebeu pela esquerda, driblou a marcação com um lindo toque por cima e soltou a bomba - e o grito de gol em Bangcoc. Desesperada, a Espanha ainda tentou com o goleiro-linha, mas já era tarde demais e, aos brasileiros, restavam fazer a contagem regressiva dos últimos segundos. Com o apito final no Huamark, a comemoração foi toda verde-amarela, as cores que dominam o futsal.
O que eles disseram:
Com o empate, o Brasil voltou com Tiago e o jogo seguiu nervoso até o fim, terminando com o mesmo placar da final de quatro anos atrás. A prorrogação, no entanto, foi diferente. Com muito nervosismo, as duas equipes se preocupavam mais em não falhar, mas o Brasil cresceu de produção na hora certa. No fim da segunda etapa, veio a primeira chance de definir em um tiro livre após a sexta falta espanhola, mas Rodrigo, que entrou só para isso, parou em Juanjo.
O tempo caminhava para o fim e as duas equipes já se preparavam para nova decisão de pênaltis, mas foi então que apareceu Neto. A 19 segundos do fim, ele recebeu pela esquerda, driblou a marcação com um lindo toque por cima e soltou a bomba - e o grito de gol em Bangcoc. Desesperada, a Espanha ainda tentou com o goleiro-linha, mas já era tarde demais e, aos brasileiros, restavam fazer a contagem regressiva dos últimos segundos. Com o apito final no Huamark, a comemoração foi toda verde-amarela, as cores que dominam o futsal.
O que eles disseram:
“Foi uma grande final, que mostra que o futsal merece muita atenção. Foi um jogo emocionante e a torcida esteve apreensiva até os últimos momentos. Tivemos que lutar até o fim e, mesmo quando a Espanha marcou, seguimos acreditando, como fizemos contra a Argentina, que foi uma ótima lição. Nunca deixei de acreditar na capacidade de meus jogadores. Foi uma final dos sonhos e mostra que, no futsal, você tem que acreditar até o fim. Respeito muito a Espanha, morei lá um bom tempo e minhas duas filhas nasceram lá”,
Marcos Sorato, treinador do Brasil
“Em primeiro lugar, quero parabenizar o Brasil. Sobre a partida, acho que fomos nós que ditamos o ritmo e corremos os riscos, por isso acredito que merecíamos um resultado melhor, mas assim é o esporte. Quando estávamos com a vantagem de 2 a 1 tivemos uma oportunidade para aumentar, mas não conseguimos e, na jogada seguinte, eles empataram, o que acabou sendo decisivo. Este grupo de jogadores deu tudo e fico muito satisfeito e agradecido por isso.”
Venancio López, treinador da Espanha.
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