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Quando o Marca Futsal retomar a temporada, logo após a final da Copa do Mundo de Futsal da FIFA Tailândia 2012, um dos seus jogadores corre o risco de ver a sua popularidade em queda livre. Afinal, ele é o único espanhol do clube italiano. O meio-campista Borja, no entanto, já sabe de que lado irá ficar na partida que a sua seleção, a Espanha, disputará na próxima sexta-feira contra a Itália, pela semifinal da competição.
Borja não é do tipo que se intimida com os olhares acusadores de torcedores e colegas de time. No entanto, o espanhol quer evitar de qualquer maneira ser o alvo da gozação no vestiário italiano, como ele mesmo admitiu em entrevista concedida ao FIFA.com. "Se ganharmos, vou conseguir arcar bem com as consequências", brincou o jogador. "No entanto, o contrário me deixa muito assustado. Você pode imaginar o que me espera se a Itália vencer? Não quero nem pensar! Mas sei que, aconteça o que acontecer, tudo vai se passar em um clima excelente... embora eu ainda prefira rir por último!"
Companheiro de Borja no clube de Treviso, o italiano Marco Ercolessi certamente tem outras ideias em mente. A situação é ainda mais complicada pelo fato de que os dois provavelmente vão se cruzar em quadra. O espanhol garante que não vai dar nenhum tratamento especial ao amigo, nem antes nem durante o jogo. Nestas condições, segundo o jogador, todos os contatos devem ser evitados antes da partida. "O Marco é um bom amigo", afirmou Borja, que vai completar 28 anos no dia da partida. "Mas amanhã (sexta-feira) ele será, principalmente, um adversário como outro qualquer. Não pretendo ligar ou enviar nenhuma mensagem para ele antes do jogo. Neste momento, a nossa amizade está entre parênteses."
Apenas dois jogadores da seleção espanhola jogam no exterior, o que torna Borja uma exceção dentro do próprio grupo. O meio-campista admite que deixar o seu país não foi uma decisão fácil, mas após um ano na Itália, diz não estar arrependido, e acha inclusive que a experiência será útil contra a Azzurra. "Eu gosto muito da Itália", explica Borja. "É verdade que foi uma grande mudança para mim, mas o campeonato é bastante parecido com os que disputei na Espanha. O ritmo talvez seja um pouco mais intenso."
Para o espanhol, "conhecer as qualidades e os costumes" dos adversários será uma grande vantagem no duelo da semifinal. "Sei que o jogo vai ser muito competitivo, mas estamos em um bom momento e não temos razão para temer nada", garante Borja, cuja confiança provavelmente foi reforçada pela recente vitória de 3 a 2 sobre a forte seleção da Rússia, pelas quartas de final do Mundial.
A Fúria agora se prepara para desafiar uma outra seleção europeia. Se os italianos não têm as qualidades físicas dos russos, a técnica individual dos jogadores da Bota pode representar problemas para os atuais campeões europeus. "Os italianos são muito diferentes dos russos", comenta Borja.
"Eles não praticam o mesmo jogo, mas o desafio vai ser igualmente difícil de superar. Vamos precisar trabalhar duro e suar a camisa se quisermos ir mais longe. É o preço por um lugar na final."
O espanhol contou que, neste momento, ele e os companheiros estão apenas "felizes e aliviados" por terem conseguido chegar à semifinal da competição. Borja lembrou que a sua seleção já esperava um jogo fisicamente difícil contra os russos. "Tivemos muitas oportunidades de nos enfrentar e todos puderam ver o quanto as duas equipes se respeitam", lembrou o meio-campista. "Contra uma equipa deste calibre, o que importa é se classificar. Felizmente, nós demonstramos que temos as capacidades mentais necessárias para alcançar o nosso objetivo."
Os espanhóis não escondem as ambições que têm neste Mundial. Depois de perder a final de 2008 para o Brasil nos pênaltis, a Espanha sonha com uma revanche. Borja estava presente naquela partida, disputada há quatro anos em solo brasileiro, e acredita que desta vez será mais complicado do que nunca chegar à decisão. "Percebi que esta Copa do Mundo está mais difícil do que a anterior, para todo mundo", analisa o jogador. "A diferença entre as equipes do topo e as outras está diminuindo a cada ano. Isso é bom para o futsal, mas, para nós, tudo passou a ser muito mais difícil!"
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